quinta-feira, 22 de maio de 2014

— Gabito Nunes .

- Eu sentia que era um pouco diferente dos outros . As pessoas festejavam cada aniversário , todo ano a mesma coisa , & eu imaginava quem frequentaria meu velório . Às vezes eu perguntava às pessoas se elas chorariam se eu morresse . Então passei a separar as pessoas em três grupos : um – aqueles que eu tinha certeza que chorariam ; dois – as pessoas que mentiram que chorariam , com aquela cabeça meio inclinada para o lado , típica dos farsantes ; três – as pessoas que explodiram uma risada na minha cara . Para essas eu dediquei a minha existência , foi atrás dessas que eu fui , todos esses anos . As pessoas que riam na minha cara (às vezes de mim , às vezes comigo) . Os camaradas que tinham Fé em nada , porque sabem que a Fé é um jeito aceitável que aprendemos de duvidar . Onde há Fé , existe a dúvida . Você não precisa ter Fé no que você sabe que existe , no que é sólido & permanente . Ter Fé é acreditar . Acreditando , às vezes , você é feito de bobo .

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